Sucessão secundaria por Alf Jr - jralf2000@hotmail.com
Um dos óbices (que são varios) para a implantação de florestas ou sua reconstituição é o tempo que as arvores demoram para crescer e sombrear o solo, quando então
há uma diminuincão ou mesmo a eliminação da concorrencia com as ervas daninhas.
Enquanto isso não ocorrer (sombreamento), praticas mecanicas (capinas, roçadas, coroamento etc) ou quimicas (herbicidas), ou uma associação de ambas, serão necessarias
para o exito do (re)florestamento.
Uma forma de diminuir o numero destas praticas (mecanicas, quimicas ou ambas) é tentar “copiar” ou “imitar” o que ocorre na natureza, e que consiste no plantio de
especies classificadas ou que se comportam como pioneiras (P), concomitantemente com as demais especies, que poderiamos chama-las a grosso modo de definitivas (D)
que se constituem de secundarias (S) e climaxes (C). Esse plantio normalmente é constituido de 50% de pioneiras (P) e 50% das definitivas (S e C), considerando um
numero total medio de 1.666 a 2.000 mudas por hectare. O seu arranjo no campo deve ser como abaixo ou o mais proximo disto:
P D P D P
D P D P D
P D P D P
O plantio das pioneiras, tem por finalidade proporcionar um sombreamento mais rapido do solo e diminuir o numero de manutenções (capinas, roçadas etc), uma vez que
são de rapido crescimento, e não interferem no desenvolvimento das definitivas (secundarias e climaxes).
As pioneiras possuem vida curta (8 a 12 anos) de modo que
não precisarão ser retiradas posteriormente para deixar mais espaço para as definitivas (S e C) se desenvolverem.
A utilização deste metodo (conhecido como sucessão secundaria induzida) costuma reduzir as praticas de capina, roçada etc em 50% ou mais, dependendo do local, mas
não eliminam a sua necessidade principalmente no primeiro ano. Normalmente, quando se usa este metodo, teremos que realizar pelo menos duas manutenções no ano de
plantio e mais uma ou duas no ano seguinte. Após esse periodo, com o rapido desenvolvimento das pioneiras e o sombreamento do solo, espera-se não necessitar mais
de manutenção. Eventualmente, uma outra “catação” de eventuais “moitas” ou “reboleiras” de ervas daninhas que ainda teimem em se desenvolver.
É importante lembrar que quanto mais especies diferentes utilizarmos em cada uma das categorias (P, S e C) e quanto mais especies da flora local, melhor, pois mais
proxima de uma “floresta natural” estaremos conseguindo implantar.
A seguir estão relacionados alguns exemplos de especies pioneiras e definitivas (secundarias e climaxes).
Pioneiras:Candiuba Threma micranta
Capinxigui Croton floribundus
Jacatirão Miconia candoleana
Embauba Cecropia sp
Inga Inga sp
Monjoleiro Acacia glomerosa
Mutambo Guazuma ulmifolia
Bracatinga Mimosa scabrella
etc
Definitivas (Secundarias e Climaxes):Angico vermelho Piptadenia macrocarpa
Canafistula Pelthophorum dubium
Ipes Tabebuias sp
Paineira Chorisia speciosa
Pau-marfim Balfourodendrom riedelianum
Peroba-poca Paratecoma peroba
Pau-d’alho Gallesia gorazema
Cabreuva Miroxylon peruifera
Oleo-copaiba Copaifera langsdorffii
Guarantã Esembeckia leiocarpa
Figueira Ficus insipida
Tamboril Enterolobium contortisiliquun
Peroba Aspidosperma polyneuron
etc
Bibliografia consultada
"Recuperação de áreas degradadas da mata atlantica.
Paulo da S. Noffs; Luiz F. Galli e Janio C. Gonçalves;
Caderno nº 3, da serie Cadernos da Reserva da Biosfera da Mata Atlantica;
Consorcio Mata Atlantica e Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlantica;
São Paulo - verão/1996"
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